Liga da Justiça: Mulher Maravilha é rainha, o resto é Nadinha.

Ainda não consigo entender o sentimento que tenho dentro de mim diante do filme da Liga da Justiça. Eu não sei se é uma decepção pelo filme em si, ou se eu estou triste comigo mesma por não ter gostado.

Antes de continuar eu quero deixar claro que eu sou uma DCnauta e que nem me convém fazer comparação ou perder a linha na briga entre Marvel e DC. É claro que me atribuir a esse termo não faz eu gostar menos da Marvel, alias eu gosto Marvel, mas não é igual o meu relacionamento com a DC, que me representa em tudo, e cada herói faz parte de uma época da minha vida.

Esclarecido alguns pontos, segue os dizeres de uma fã. Prometo que vou tentar ser branda nos apontamentos, e independente do que aqui possa estar escrito, a única coisa que eu te peço é que ASSISTAM AO FILME e tirem suas próprias conclusões.

Como todo bom filme da DC, e provavelmente de super-heróis no geral, ele tem seus acertos e seus erros, é louvável dizer que buscar uma mudança para um tom já estabelecido, sempre é um grande ponto positivo para uma franquia, ainda mais em se tratando de filmes derivados dos quadrinhos.

Sim, a longa da Liga da Justiça veio pra consolidar que nem tudo nas histórias da DC são sombras e dramas existenciais. Legado sombrio esse que adquirimos com a representação mais humana do homem morcego, no Batman Begins de Nolan em 2005, e que, pelo visto, chegou ao fim em Batman vs Superman de Snyder em 2016.

Zack Snyder, esse é um caso a parte. Um caso que infelizmente teve que deixar o universo compartilhado, que tanto queria fazer, por problemas pessoais, mas além dos motivos trágicos que levaram o afastamento de Zack, acho que seu jeito particular de guiar os filmes não era mais bem vindo dentro da empresa. Uma pena, porque tenho a impressão que nunca mais ficarei tensa em um filme de super-herói na vida, sempre vai ter aquela piadinha dentro de um momento ridículo, pra me fazer voltar pra realidade e me dar conta que é só MAIS UM filme.

E, seguindo...

O longa que estreou dia 15/11/17 não foi de todo ruim, e confesso que algumas coisas que incomodaram umas pessoas, não me incomodaram, como o CGI no bigode do Henry Cavill, a falta do Lanterna Verde, o Aquaman ser o rebeldinho do reino e o Ciborg ter mudado seu estilo de perturbado para bom moço no meio do filme.

Já outras coisas foram ruins, como o déficit de atenção e entusiasmo exagerado do Flash e a descaracterização do Batman. Gente, pra ser um filme leve não precisa mudar a personalidade de ninguém, assim, nesse filme o Bruce não faz piada o tempo todo, igual eu já li em outras críticas, mas eles quiseram fazer do Batman “legalzão” e acertaram o tio da Sukita, ficou péssimo.

Ok, não vou ser chata demais, essas coisas até deu pra relevar, o que não consegui relevar foram dois outros pontos. O primeiro deles foi a questão de ter alguns absurdos no filme, só pra ver se dificultava, um pouco, a vida dos heróis, e nesses pontos ficou claro que o roteirista não quis dar muita inteligência pra a equipe, só poderes mesmo, o que gerou momentos ridículos. (aquela vergonha alheia).

Ahh! Antes de frisar o outro ponto negativo, tenho que dizer que a escolha para os eventos catastróficos terem sido em Chernobyl, gerou pontos bônus, primeiro que não foi uma escolha aleatória, tinha um motivo pra ser lá, e segundo que entrou dentro do padrão de “destruição de lugares que ninguém realmente se importa”.

Dito isso vamos para o parágrafo mais penoso a se escrever. Pode conter mais spoilers do que o restante do texto.

Eu, você e provavelmente o mundo todo, sabia que o Superman ia ressuscitar nesse filme, inclusive, esse era um dos momentos que eu mais esperei depois dos acontecimentos de Batman vs Superman. Até que tudo o que envolve essa volta, focando apenas no personagem de Cavill, não foi ruim, o que foi ruim foram os motivos que se levaram a isso.
Claro que pra Liga da Justiça ser completa, em algum ponto o homem de aço voltaria à vida, mas acredito que deveria ter sido como algo “natural” dentro do contexto e não como uma obrigação dos integrantes da novata equipe. A impressão que eu tive, e não foi só eu, foi que juntos eles eram mais fortes, porque juntos eles poderiam trazer o Superman de volta a vida, e com isso o Kryptoniano resolveria os problemas que uma equipe de 5 super-heróis extremamente capazes, fortes e inteligentes, não foi capaz de resolver.

Pra mim foi como mirar na Liga da Justiça e acerta no desenho do Capitão Planeta “Pela união dos seus poderes eu sou, (o que?) o Zumbiman, e vim aqui pra correr mais do que o Flash e mostrar que vocês, outros super-heróis, mesmo juntos, não são nada.”

Eu não quero encerrar com algo negativo, então vou listar mais alguns detalhes que eu curti:

* Mulher Maravilha é rainha, o resto é nadinha. <3

* A escolha de Jason Momoa para Aquaman,

* Alfred, embora pouco utilizado, as "piadas" sempre no momento certo

* O Batman assumir que o poder dele é dinheiro, sem remorso

* Superman finalmente evoluiu e se tornou a esperança, que a gente tava tanto sentindo falta.