Poesia: Eu preciso de colo

Me abrace

Nessa tragédia de sorrisos maquiados, manipulados, disfarçados, só basta ser o fantasma da garota que eu queria ser. 
Nessa devastada sociedade de sobriedade eloquente, inconsequente, triste, eu sou apenas a casca da garota que costumava me vestir.
Escolho palavras da mesma forma como escolho pijamas para um sono, ao qual, ninguém irá estar acordado para ver.
Uma fatia da fatídica realidade me assombra, e a outra fatia mastiga meus sentimentos, como feras selvagens. Então danço... danço dentro da escuridão que se torna a vista dos que não querem ver. Balbucio uma canção solitária, pedindo ajuda, para que alguém possa entender, com sutiliza, o que há atrás das paredes.
Enquanto isso eu fico sem reação. Não respondo aos chamamentos, as brincadeiras... a nada, a rigorosamente nada. Depois desencadeio uma série de comportamentos rudes, primários de rejeição, como se aquele não fosse o meu mundo e estivesse a ponto de pular as barreiras, de proteção, que eu mesmo criei, como se eu fosse fugir do conto de fadas mais ridicularizado de todos os tempos. E quando chega ajuda, espero que me tome no colo até que meu sorriso volte, e toda essa confusão aqui dentro passe.


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